Monday, December 10, 2012

Corinthians no mundo!!

Recebi estas fotos direto da fonte, do criador da campanha.

O Timão em Chelsea:





E em Nagoya:
Acabei de perguntar para a minha professora o que quer dizer esta frase no caminhão, em japonês, e ela disse: 
"A gente vai ter mostrar entusiasmo/loucura de verdade". 

本当の熱狂を魅せてあげよう 
(ほんとのねっきょうをみせてあげよう)

Apropriado... 

VAI CORINTHIANS!!!

Wednesday, December 5, 2012

Guia do Torcedor

Ontem me deparei com isso:


E depois de ver os vídeos sobre a saída do Corinthians de São Paulo, entendi o quão necessário ele é.

Acho que se existem culturas opostas, elas podem ser: a japonesa e a da Fiel. E confesso que me dá medo ver estas duas convivendo tão intensamente.

O Guia do Torcedor traz dicas de comportamento bastante simples, mas que são muito importantes e respeitadas pelos japoneses. A maioria dos brasileiros que visita o Japão, nem sabe que estas condutas existem.

Parecem ser detalhes "bobos", mas são justamente eles que garantem que uma cidade como Tóquio, muito maior e mais populosa que São Paulo, funcione como se tudo fosse ensaiado. Todo santo dia. Até mesmo em dias de emergência, como no dia do terremoto de março de 2011.

Acho que, para a gente, o equivalente a não se comportar desta maneira seria algo como imaginar muita gente chegando em São Paulo de repente e furando filas na maior cara de pau, arrotando na frente de todo mundo ou cuspindo no chão em qualquer lugar. Como se isso fosse "normal".

Espero que todos os torcedores que estão vindo tenham recebido um Guia destes e, claro, lido e estudado de cabo a rabo!

São comportamentos como estes do Guia do Torcedor que garantem muita coisa: a cidade sempre limpa, ordem, que as pessoas tenham seus direitos respeitados sempre, que tudo funcione sempre como deveria, e por aí vai... a lista é infinita!

Tem que vir ver para crer.




Tuesday, December 4, 2012

Vinhos, Princesa(s) e Thomas Lovejoy

Há um pouco mais de um mês fomos convidados para um jantar na residência da S.A.I. Princesa Takamado.

Era um evento petit-comité, em homenagem ao senhor Thomas Lovejoy, que estava aqui no Japão para receber o Blue Planet Prize. Este é um prêmio que reconhece esforços extraordinários em pesquisas e aplicações científicas que contribuem para a resolução de problemas ambientais globais.

Para quem não conhece o Sr. Thomas, ele é um super biólogo, que trabalha com a  Amazônia desde 1965, e foi quem introduziu o termo "biodiversidade" à comunidade científica nos anos 80. Entre outras várias iniciativas, ele também apoia o INBio (Instituto Nacional de Biodiversidade) na Costa Rica.

Entre os 20 casais convidados, os únicos Embaixadores eram o do Brasil e da Costa Rica.

Quando chegamos, a Princesa Takamado (que fala inglês e francês fluente) explicou que a idéia da noite era celebrar a reunião de amigos com vinhos especiais que ela tinha guardado. Ela possui muitas garrafas de safras especiais que "sobraram" e não são suficientes para um evento maior, mas que eram muito boas para uma noite de degustação como esta.

Entre os vinhos, ela tinha algumas garrafas de safras de anos que foram especiais para ela, como uma de 1954 (ano de nascimento de seu marido, o falecido Príncipe Takamado).

Também tinha um vinho de 1979, outro ano importante para a humanidade. Ano este em que, do outro lado do mundo, nascia outra princesa: Tauli Furuiti.

Mas o especial mesmo, chegou no final da noite. Um vinho do Porto de 1875. O Álvaro pediu para tirar uma foto:

Não preciso nem falar que eu cheguei em casa trilili depois de provar tantos vinhos, né?

Ah, e na saída eu me deparei com uns arranjos de flores ma-ra-vi-lho-sos. Acho que só os japoneses mesmo para fazer isso...

E a Princesa Takamado me contou que eles são feitos para decorar a Garden Party (em março). No ano que vem vou prestar mais atenção nestes detalhes...

Lindos não?













Thursday, November 15, 2012

Asfaltofone

Mais um post da série: por que não podemos ser assim?

Esta pergunta eu me faço VÁRIAS vezes por dia,  TODO santo dia aqui no Japão: por que a gente não pode ser como os japoneses?

Descobri que o asfaltofone foi inventado na Dinamarca. Tem alguns aqui no Japão. Passamos por dois em uma estrada em Kanazawa, e no segundo eu estava preparada para gravar.

Ele é feito com pequenas "ranhuras" no asfalto que quando o carro passa por elas a vibração faz barulho (igual as que fazem BRRRRRRRRRRR em algumas curvas das estradas brasileiras ou quando estão raspando o asfalto). São "posicionadas" em diferentes distâncias umas das outras, de forma a tocar uma música quando você passa por cima.

Então se você dirige na velocidade permitida, a música toca no ritmo certo. Isso é uma motivação extra para que os motoristas respeitem a velocidade.

Adorei!!!




Sunday, November 11, 2012

Sua Santidade o Dalai Lama

Confesso que eu estou longe do desapego material, porque o que eu mais queria era trazer ele pra casa com a gente... Um senhor tão carismático! Tão fofo!!! Deu vontade de abraçar e apertar forte...

Fomos convidados para participar desta conversa entre S.S. o 14o Dalai Lama e cientistas japoneses. Aceitamos e recebemos ingressos para as quatro sessões. Todas foram no salão de um dos hotéis mais tradicionais e renomados de Tóquio que, obviamente, esteve sempre lotado. Pelos meus cálculos, cabia umas 1.500 pessoas e cada ingresso valia US$ 150.  
Umas 50 filas de 30 cadeiras

Em algumas sessões os cientistas falaram demais e o Dalai Lama de menos. Na última ele falou bastante, e é muito gostoso ouvir o que ele tem para dizer. Acho que o mundo seria um lugar melhor se mais gente seguisse os ensinamentos dele (budismo tibetano). 


Ele falou que a paz não virá através das guerras, armas e de resoluções internacionais, mas sim da paz interior de cada indivíduo. Tendo uma mente pacífica podemos resolver qualquer conflito através de meios pacíficos. Que isso não significa a ausência de raiva, mas é preciso ter inteligência para analisar nossas emoções. Ter uma mente pacífica é algo que se aprende e, na opinião dele, educar para isso é a prioridade do mundo de hoje. 

Disse que a religião nunca será universal, e que a paz não é resultado de oração, mas de ação! 
Viseira, por causa dos holofotes
Que os desentendimentos devem ser transformados através do diálogo e do respeito.

Também falou que a geração dele tem que estar se despedindo do mundo e passar a bola para as novas gerações que, por sua vez, têm a responsabilidade de criar um mundo pacífico. Temos que educar as novas gerações sobre a importância de uma mente pacífica, através do amor e da compaixão, que é o caminho para uma vida feliz. E como ele mesmo disse: desenvolver a compaixão não tem efeitos colaterais.

Quando tocaram no tema da reencarnação ele falou que era irrelevante discutir a vida após a morte. Na vida, tudo tem seu começo e seu fim. E o que tem real importância é o que você faz em vida. 

Foto de Alvaro Cedeno
Todos estes conceitos e a maneira dele de pensar são mais claros para quem já leu o livro dele: "A Arte da Felicidade - Um Manual Para a Vida". Se você ainda não leu, compre djá! Faz bem para qualquer um.

Estávamos na primeira fileira, bem em frente à escada que dava acesso ao palco. Na saída, ele desceu e parou na nossa frente. Deu uma mão para o Álvaro, outra para mim e perguntou de onde éramos. O representante no Japão do Governo do Tibet no Exílio  apresentou o Álvaro como Embaixador da Costa Rica. O Dalai Lama disse: "Ah, Costa Rica!", com um sorriso no rosto. 

É por experiências como esta que o dia a dia de Embaixatriz vale à pena. 





Tuesday, November 6, 2012

Bazar e a vida de Embaixatriz

Este é mais um capítulo de sobre a vida de uma Embaixatriz...

O bazar acontece no começo de novembro, todos os anos. Organizado pela Associação de Damas Nipo-Latino Americanas, tem o objetivo de trazer um pouco da cultura dos nossos países para Tóquio e ao mesmo tempo arrecadar fundos para apoiar projetos em cada um dos países que participam do evento.

A organização é composta por todas as Embaixatrizes latino-americanas e a parte japonesa: esposas de diplomatas, deputados, políticos, etc. Vocês podem imaginar estas reuniões... Para mim, são eternas e bem sofridas.

Antes do bazar, cada Embaixada tem que vender pelo menos 100 ingressos, cada um a US$ 25. No dia do evento, cada país tem uma mesa de artesanatos e outra de comidas típicas. Uns 4,000 japoneses vão ao bazar para ver, provar e conhecer um pouco destes países.

A teoria é muito bonita, mas para quem tem que organizar, é muito trabalho para um evento que poderia ser muito melhor em diversos aspectos. Mas como eu não estou disposta a enfrentar esta batalha, fica por isso mesmo. Mudanças não são bem vindas nem na cultura japonesa e nem na diplomacia.

Participamos porque não temos  alternativa. E obviamente, eu participo representando a Costa Rica, inclusive cozinhando pratos típicos. hahaha Seria cômico se não fosse trágico...

A presidente honorária da organização é a S.A.I. Princesa Hitachi (com chapéu branco nas fotos). Ela é casada com S.A.I. Príncipe Hitachi, irmão mais novo do atual Imperador. Ela tem (pasmem) 72 anos e está super em forma! Muitas japonesas no evento estavam comentando sobre as batatas da perna da Princesa. Realmente eu nunca vi tantos músculos definidos na batata da perna de ninguém, ainda mais de alguém desta idade!

Estas são as fotos da chegada dela ao evento. Todos os Embaixadores e Embaixatrizes presentes esperam pela Princesa em fila, seguindo a ordem de precedência no Japão. Do meu lado esquerdo, a Embaixatriz do México.

Passei todo o mês de outubro preparando e cozinhando para este evento. E tem gente que acha que eu é que vivo uma vida de princesa...


Sunday, October 28, 2012

Xintoísmo - filosofia de vida

shintō
É um conceito muito interessante e muito difícil de ser explicado. Oficialmente, é uma religião e a principal do Japão. Mas é muito mais que isso: é uma fé, uma filosofia de vida. Para os japoneses é um costume, uma tradição.

O xintoísmo nasceu aqui no Japão há milhares de anos, antes mesmo do budismo chegar aqui da China no século VI. E se você perguntar o que é xintoísmo para 20 japoneses, provavelmente terá 20 respostas diferentes.

O conceito é tão vago e ao mesmo tempo tão intrínseco da cultura japonesa que é muito difícil definir e separar exatamente um do outro. Faz parte de todo japonês. Até dos cristãos ou ateus. Chamar de religião é limitar o significado.

O xintoísmo se confunde muito com o budismo, e acho que a melhor diferenciação que eu ouvi foi: o budismo lida com a morte e o xintoísmo lida com a vida. Não é a toa que os rituais de passagens dos japoneses geralmente são:
- quando nasce um bebê, a família vai ao santuário xintoísta para abençoa-lo;
- se casam numa igreja cristã ou num santuário xintoísta;
- funerais são feitos em um templo budista.

Uma maneira fácil de saber se você está num santuário, é ver se existe um torii na entrada.


Já dá para começar a entender a complexidade da coisa. Em nenhum outro lugar do mundo eu vi tamanha mistura entre diferentes "religiões".
torii na escalada do Monte Fuji

Xintoísmo significa "caminho dos deuses" e possui as seguintes características:
- Adoração a "divindades";
- Politeísta;
- 3 "nãos": não tem um fundador/criador, não tem uma escritura e não tem uma doutrina a ser seguida.

Para entender o xintoísmo é preciso entender o que são os deuses ou divindades para os japoneses. Eles consideram como deuses/espíritos divinos o poder divino e misterioso de todas as coisas vivas, então quase tudo pode ser uma divindade. Montanhas (ex: Monte Fuji), mares, florestas, rios, ventos, etc. Tudo isso tem vida, e um poder que o homem não controla. Todos são deuses.

E melhor, nós humanos também podemos ser adorados e podemos virar deuses depois da morte. Os japoneses acreditam que nossos ancestrais nos protegem. E para isso, continuam adorando e cuidando deles como guardiões, como parte da família.

shinto priest vestido para cerimônia
O xintoísmo é super flexível. Ninguém te fala o que você tem que fazer ou não, o que é certo e o que é errado. O padre (que é uma pessoa normal, que vive uma vida normal, exatamente como qualquer um de nós, pagam impostos, etc) disse que "ninguém precisa te dizer que matar outra pessoa é errado para que você saiba que é". E, ironicamente, no nosso lado do mundo tem gente que repete isso todos os dias e continuamos nos matando. Em compensação aqui, ninguém fala, e ninguém mata ninguém!

Os santuários xintoístas nada mais são do que a "casa dos deuses". Existem 80.000 registrados no Japão, mas acham que há mais de 100.000 no total, incluindo os pequenos e independentes. Na verdade, qualquer um pode ter um santuário, até mesmo dentro de casa, então realmente o número deve ser imenso. Minha avó tinha um santuário dentro do quarto dela e todos os dias ascendia um incenso e fazia seu agradecimento, sua reza.

torii na entrada do Meiji Jingu
O xintoísmo também vem acompanhando as mudanças do Japão, abraçando a modernidade, mudando junto com as pessoas. Por exemplo, o Meiji Jingu (um dos maiores e mais famosos santuários em Tóquio e um destino turístico imperdível) foi criado em 1920 para entesourar o Emperador e a Imperatriz Meiji. Ele foi o responsável por revolucionar, reformar e renovar o Japão, e em grande parte por fazer do Japão a pontência que é hoje, social e economicamente.

Entender melhor o xintoísmo me ajudou a entender também a maneira como os japoneses lidam, por exemplo, com tsunamis, terremotos, e até com a morte. Eles já foram atingidos milhares de vezes e sabem que vai acontecer outra vez. Acho que é justamente por encarar tudo isso como parte da vida, como manifestação dos deuses, é que eles aceitam estes fatos sem maiores dramas. A vida como ela é.

Também acho que é justamente por este respeito maior por estes deuses "naturais" e vivos, é que o Japão tem 70% do seu território coberto por bosques e florestas. São representações das divindades. Os japoneses estão preocupados em como lidamos com a natureza, com o impacto que temos no meio-ambiente. Na apresentação sobre xintoísmo mostraram um vídeo que trazia um texto/poema e dizia: "uma folha cai no chão e vira terra, pra virar árvore e folha outra vez". Tão simples, mas mesmo assim parece que tanta gente ainda não sabe né?

Outra coisa que ficou clara para mim é que nem tudo no mundo precisa de uma explicação racional para existir. Tem coisas que simplesmente existem. Ponto. O xintoísmo é um bom exemplo disso. Existe há milhares de anos e super presente no cotidiano dos japoneses.

Tudo isso me fez pensar em como seria o mundo se, o ao invés dos valores e das morais cristãs por exemplo, tivéssemos o xintoísmo como filosofia de vida?




Wednesday, October 24, 2012

People have the power!!!

Antes de continuar lendo este post, coloque play no vídeo abaixo, que é o tema desta semana. Foi assim que eu me senti. Meio besta, mas foi.














Esta foto da direita é do nosso condomínio (laranja). A árvore grande fica bem no meio dos dois blocos de apartamentos, na entrada.

A primeira surpresa, na semana passada, foi receber esta carta da administração do condomínio:
A carta explica que no final de setembro ou outubro vão podar a árvore, como acontece todos os anos, para garantir a saúde dela, a boa aparência e a segurança dos moradores. Geralmente cortam os galhos e reduzem as folhas a apenas 20% de como está atualmente.

Este ano, para garantir a satisfação de todos os moradores enviaram o questionário para que a gente opinasse se queríamos:

1. Que a poda acontecesse normalmente;
2. Que a poda não acontecesse;
3. Que a poda acontecesse mas que mantivessem mais galhos que o plano inicial.

Votamos pela terceira opção, levando em consideração a segurança de todo mundo.

Logo na semana seguinte, recebemos esta outra carta com o resultado da votação dos moradores:

- 3 votaram por fazer a poda normalmente;
- 7 votaram por não podar;
- 5 votaram para que podassem menos do que o plano original.

A administração decidiu por podar deixando 80% dos galhos e folhas, ao invés dos 20% previstos inicialmente.

E claro, avisam o dia em que a poda acontecerá e quais as varandas que serão afetadas.

E foi, por algo tão simples, que eu passei alguns dias cantando: people have the power!!!

E fiquei pensando: quando será que as podas no Brasil serão feitas levando em consideração o que as pessoas que moram por perto pensam?

Um dia, quem sabe?


Wednesday, October 3, 2012

Machi-nori: "passeio pela cidade"


No último feriado fomos para a cidade de Kanazawa, que é conhecida como a mini-Kyoto.

É uma cidade que tem um projeto chamado Machi-nori, ou algo como "passeio pela cidade". Mas a idéia é um pouco diferente de um simples aluguel de bicicleta.

São 18 pontos de aluguel da Machi-nori espalhados pela cidade. Todos estão super bem localizados, próximo a algum ponto interessante: um museu, o castelo, um mercado, etc.

O sistema funciona assim: você paga ¥200 (R$ 5,00, que corresponde a uma passagem de ônibus), recebe uma senha que vale para o dia e que permite liberar uma bicicleta da base. Quando você retira a bicicleta, você pode usá-la por 30 minutos. O pagamento pode ser em dinheiro, cartão de crédito ou com o "bilhete único".

Se você passar deste tempo, cada 30 minutos usados custam outros ¥200. Mas a idéia é que você nunca pague mais do que os ¥200 iniciais. Para isso, você deve parar em algum dos 18 pontos da Machi-nori dentro dos 30'.

Logo em seguida, você pode ir até a máquina e colocar a senha que você recebeu no primeiro aluguel, e retirar outra bicicleta, que será "grátis" por mais 30 minutos.

Agora, como tudo na minha vida vem coberto de emoção, a gente só soube como funcionava o sistema bem depois de começar a usar. Simplesmente alugamos as bicicletas e fomos passear. Três horas depois, recebi uma ligação de alguém do Machi-nori. Depois de enrolar muito meu japonês, entendi que a gente já tinha gasto ¥1,200 (R$ 30) por bicicleta (éramos 3). O passeio barato estava ficando caro...

Fomos correndo para o ponto mais perto de onde estávamos, e o cara com quem eu tinha falado no telefone estava lá. Ele me explicou de novo como funcionava, pedimos desculpa por termos "roubado" três bicicletas por tanto tempo. E, pasmem, ele falou que só ia cobrar os ¥200 iniciais, já que a gente não tinha entendido como o sistema funcionada. Só no Japão!!!!

Este cara nos contou que o Machi-nori tem umas 170 bicicletas espalhadas entre os 18 pontos. E que a média por dia é de uns 300 aluguéis, mas que no feriado o número chega a 1200 por dia!!!! Ou seja: 1200 pessoas usando as mesmas 170 bicicletas!

Um caminhãozinho do Machi-nori fica transportando bicicletas de pontos onde têm muitas para onde está faltando. Mesmo assim, no feriado passamos por duas estações e estavam vazias. Tivemos que caminhar até a terceira para achar bicicletas. Mas não dá pra julgar o sistema pelo feriado, né?

Foi uma delícia! Adoramos o passeio, o Machi-nori e o serviço, que como sempre no Japão, NUNCA deixa a desejar. Não tem melhor maneira de conhecer uma cidade que de bicicleta!


Tuesday, September 11, 2012

Apresentação de taiko

Esta foi a minha apresentação de taiko domingo dia 9 de setembro. Eram várias turmas de iniciantes tocando juntas.



Tuesday, August 7, 2012

Rock in Japan Festival 2012

No final de semana passado fomos convidados pelo governador de uma província no norte de Tóquio para ir a um Festival de Rock. Confesso que eu não estava super animada, estávamos em uma visita oficial à cidade, e eu não tinha nem uma roupa confortável para enfrentar o calor de 40C, nem protetor, nem chapéu, nada.

Sem ter outra opção, fomos. E claro, valeu a pena! Não tanto pelas milhares de bandas, já que eram todas japonesas e eu não conhecia nenhuma. Valeu mesmo por ver a organização de um evento destes num país como o Japão.

São 3 dias de festival. 80.000 ingressos foram vendidos para cada dia. No dia em que foram à venda, acabaram em 10 minutos, todos!!!! Um ingresso para cada dia custava R$ 300,00 (crianças até 7 anos não pagam). Vale ressaltar que este valor aqui no Japão é bastante razoável. Basicamente vai quem quiser (e conseguir comprar ingresso, claro). 

A filosofia do festival é de "paz, amor e liberdade". E o clima é muito diferente de qualquer evento que eu já tenha ido. 

O festival acontece em um parque, que continua aberto ao público. Somente algumas áreas são de uso exclusivos dos que vão para o festival. Tem bastante crianças e até bebês. As pessoas podem conseguir uma licença para colocar uma barraca por uma noite (o festival dura duas).

Você passa pelas barracas, e todas estão abertas, com muita coisa dentro e ninguém tomando conta, porque obviamente não corre o risco de nada ser roubado. 

Esta é a vista da arena principal, de cima de uma roda-gigante que tinha no parque. A foto da direita foi tirada da arena mesmo.









Os responsáveis pelo parque contaram que no final do festival as pessoas levam todo o lixo e deixam tudo limpo. Que era uma preocupação deles no primeiro festival, mas que agora já nem se preocupam porque nunca sobra nada para trás. E enquanto estávamos lá eu não vi nenhuma latinha, nenhum copo, nada de lixo fora do lixo.

Têm áreas para as pessoas ficarem em pé, áreas para barracas e áreas para "toalhas de pic-nic". E as pessoas também, deixam tudo só marcando o lugar e vão passear.

Durante as quatro horas que ficamos lá, eu não vi nenhuma briga, nenhuma confusão, ninguém sequer esbarrou em mim. Chamamos muita atenção porque não estávamos "vestidos a caráter".

Obviamente, as principais diferenças se devem ao fato de ser um eventos com milhares de japoneses, e no Japão. É um evento sem drogas, já que elas são ilegais (de verdade) no Japão. Só vendem cerveja. As pessoas estão lá pelo evento em si, e nada mais.

Os organizadores também falaram que há alguns anos tiveram um problema com o abastecimento de água no parque durante o festival e comentaram com os participantes, pedindo a colaboração de todo mundo. Disseram que apesar do calor de quase 40C de agosto, não tiveram nenhum problema, até sobrou água no final, que as pessoas estavam economizando em tudo que podiam, evitando todo o desperdício possível.

A área de fumantes é demarcada, claro. E em uma delas havia um cadeirante! Quem me dera se todos os nosso eventos no Brasil fossem assim, né?











E os detalhes japoneses: os banheiros químicos especiais para homens, só com uma cortininha.

E os japoneses fazendo fila para tirar uma foto em frente à escultura que dizia ROCK.



Ah, o que mais me chamou a atenção: a quantidade de pessoas envolvidas na organização de um evento deste tamanho? Cerca de 700 em quase 3 turnos diários. Destes, quantos policiais? Cerca de 30 (!!!!). Afinal, o que eles iriam fazer lá, se não assistir aos shows? Acho que até em jogo do Marília Futebol Clube deve ter mais policiais que isso...

Um dia a gente chega lá, Brasil. E aí sim qualquer evento vai ser realmente inclusivo, independente de idade, sexo, condição física e social.



(Aproveito para deixar um recado de que do dia 10 ao 24 de agosto estarei organizando um evento do CISV com 52 crianças em Ishinomaki uma das áreas destruídas pelo tsunami do ano passado. Nos vemos no final do mês.)

Thursday, July 19, 2012

Lanchinho saudável

Nas estações de metrô aqui em Tóquio você encontra outros lanchinhos, alguns mais saudáveis que outros. Maçã e banana!

Uma banana por R$ 3,40?